Contar a história do jogo de hoje não será difícil. Difícil será conseguir levar aos leitores, toda a intensidade dos acontecimentos presentes nele - por isso serei mais breve com o presente, do que com o futuro.
Semi-final da Milk Cup. Jogo contra o Bolton. Em Ballymoney, muita expectativa em torno do confronto. De um lado a melhor campanha da Milk - o Desportivo Brasil. Do outro a equipe com o segundo melhor desempenho entre as quatro finalistas.
O jogo foi equilibrado no primeiro tempo, mas com um bom controle das ações por parte do Desportivo. A equipe do Bolton, não parava de fazer faltas. Muitas delas com certa violência. Só no primeiro tempo, Agnaldo, Lucas Silva, Lucas Vilas Boas e Gustavo sofreram entradas dos adversários com bastante força.
Os ingleses tentavam forçar o jogo de chutões. O Desportivo, tentava, com dificuldades, colocar a "bola no chão" e fazer sobressair o melhor desempenho técnico (e mesmo com essas dificuldades, teve duas boas chances de fazer 1 a 0).
No segundo tempo a equipe voltou melhor para campo, e além do controle das ações, passou também a ter mais e melhores chances de gol. A torcida, inflamada pelo bom desempenho do time, passou a incentivar cada lance em que o Desportivo tinha a bola.
Aos 18 minutos porém, depois de arremesso lateral cobrado para dentro da área penal, o Bolton conseguiu fazer o primeiro gol.
Mas ao invés de ser um "balde de água fria" sobre os meninos, o gol sofrido fez com que a pressão imposta ao Bolton só aumentasse, e daí para frente aconteceu de quase tudo para a bola entrar no gol inglês.
Com muita movimentação, ataque a bola, velocidade, e agora, com a bola no chão, a equipe totalizou, somente no segundo tempo, 17 finalizações (9 de dentro da área). Méritos para os jogadores do Bolton, que se atiravam na bola e construíram uma barreira em frente seu gol (barreira que quando transposta, contou ainda com o bom desempenho do goleiro inglês).
Os garotos do Desportivo, mais uma vez foram grandes guerreiros - determinados, concentrados, honrados e excepcionalmente bem dispostos até ao último segundo de jogo. Fizeram cada gota de suor e união, valorizar ainda mais o talento individual de cada um. E acreditem, quase, mas quase mesmo o Desportivo chegou ao empate. Alguns dirão, que "quase" não vale nada. E estarão certos. Mas existem coisas sobre esse jogo que ficarão apenas na mente e no coração daqueles que estavam dentro do campo; que viram e viveram, que lutaram para escrever a história (sem o medo, de correr o risco de ficar à margem dela).
O jogo já passou. A disputa entre terceiro e quarto ainda não.
O que faremos? O que fazem guerreiros quando caem em uma batalha?
Levantam e continuam lutando até alcançarem a vitória.
Então, amigos e familiares que estão no Brasil, nossos guerreiros estão prontos para lutar até o fim, e então voltar para casa, de braços abertos e cabeça erguida, para aqueles que ansiosamente os esperam.
Termino hoje então de uma maneira diferente, com os trechos de duas músicas que fecham bem o dia de hoje. Uma que os pais conhecem melhor do que os filhos, e outra que os filhos conhecem melhor do que os pais.
Então, de mais uma madrugada na Irlanda do Norte, direto para o Brasil, segue o PRÓXIMO PASSO - que venha o Donegal na disputa do terceiro lugar. E VAMOS GANHAR!!!
(...)
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava
Um homem de moral
Não fica no chão (...)
NOITE ILUSTRADA
(...)
a vitória de um homem
As vezes se esconde num gesto forte
Que só ele pode ver
Eu sou guerreiro, sou trabalhador
E todo dia vou encarar
Com fé em Deus e na minha batalha (...)
O RAPPA